Confissões...
É como deixar a luz entrar depois de uma
longa temporada na escuridão. É sentir o vento batendo no rosto e não se
importar com a bagunça que ele provoca nos cabelos. É como a chuva batendo no
telhado de madrugada. É o cheiro de café fresco, de rosas, do orvalho. É como o
sol que nasce rompendo a penumbra. É como a lua cheia que majestosa, brilha no
céu. É como ler Drummond no final de tarde de um domingo qualquer, entre o
silêncio e o canto dos pássaros. É poesia, Zé, daquelas que fazem o peito
inchar e as lágrimas romperem num choro contido, dolorido, libertador.
É como acordar e perceber que ainda se
pode dormir um pouco mais. É como a canção do Chico Buarque, calma, doce e
profunda. É o cheiro do perfume que fica logo após um longo abraço. É confiar.
É como um filme de romance, em que o
final é feliz. É como uma sexta feira e o alivio de um final de semana. É a
risada alta e longa. É as mãos entrelaçadas. É acreditar. É doar sem medo o
coração. É sentir que nenhuma outra pessoa se encaixaria melhor do que ela. É o
frio na barriga. Os suspiros. É sentir depois de terem quebrado seu coração. É
reconstruir, Zé, parte por parte, com todo cuidado, zelo, proteção.
É acreditar.
Sem medo. Sem dor. Sem temor. É viver,
Zé. É viver e sentir que o respirar vale à pena.
É recomeçar.
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