Seres fantásticos

Era exatamente por odiar o ser humano e suas atitudes que ela resguardar-se inteiramente dentro de si. Sentia o que ninguém sabia. E seus pensamentos, opiniões, e devaneios eram exclusivamente debatidos com os seres fantásticos da sua imaginação. Eles sim a conheciam verdadeiramente, e sendo assim sabiam o que de fato se passava dentro dela, suas inconstâncias, medos e repressões. Eram eles aqueles que não a julgavam, e eram principalmente eles que conheciam a verdadeira opinião que ela tinha sobre o ser humano a sua volta.

Viviam em completa harmonia - Ela, seus pensamentos e os seres fantásticos – e de longe, quase que inconscientemente o mundo para eles eram como uma figura distorcida em preto e branco. Tudo era de fato um completo desdém. E eles não encontravam naquilo que os outros diziam ser belo, a verdadeira e pura beleza que era apenas um complexo da própria desilusão.