Anne Frank


 Escrevo, ainda tremula de emoção, os sentimentos que senti por uma jovem chamada Anne Frank.
Antes de tudo quero aqui priorizar que seu livro foi lido com tamanha satisfação, e que eu, quase devorei suas palavras pelos três dias que sucederam a minha leitura. Suas primeiras páginas mostram uma Anne ainda resguardada, com receio de escrever o que de fato sentia seus pensamentos, frustrações, medos, e até mesmo seus sentimentos de raiva e indignação.  
Com o decorrer das páginas essa Anne vai se redescobrindo na escrita. É através dos seus desabafos diários que ela consegue exprimir o que sente e o que pensa do mundo a sua volta, dos seus pais e da sua irmã que ao contrário, é um símbolo de perfeição perante todos que convivem com a família Frank.
Porém, o exílio, o medo e restrições a fazem mudar por completo. Seu diário se transforma e suas palavras que antes eram juvenis passam a ter um ar mais sério, centrado, e Anne Frank descreve uma nova realidade vivida dentro de um Anexo Secreto. Suas descrições são tão fortes e reais que pude sentir o medo que todas as oito pessoas sentiram à medida que o tempo ia passando e a guerra alastrava-se.
Apesar da escassez de comida, da falta de companheirismo, dos modos de vida precário, da saudade e da vontade de sentir-se livre, Anne Frank manteve-se forte aos olhos de todas aquelas sete pessoas e dos seus julgamentos impróprios. Kitty, (o diário) era muito mais do que um simples caderno de anotação, ela tornou-se uma amiga e uma grande ouvinte nos momentos mais caóticos e até felizes da pequena e forte Anne Frank. E foi através dos seus escritos que tivemos o grande privilegio de conhecer quem foi a sua escritora, o que ela passou durante anos, o que sentiu enquanto exilada, as perspectivas que tinha os sonhos de liberdade, e a vontade de viver em um mundo onde houvesse paz.
Conhecer Anne Frank me fez acima de tudo conhecer a mim mesma, acreditar que posso mudar o meu interior, explorar os meus medos, e ser muito mais do que os outros acreditam que posso ser. Ela ajudou-se a explorar o melhor de mim, a agradecer diariamente pela vida que tenho, e por ter perspectivas no amanhã.

Obrigada, Anne Frank. 

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