Escrever


Entre os dedos, universos paralelos de reis, príncipes e fadas. Histórias que começam entre o acaso de uma troca inesperada de olhares. Finais felizes de um drama corriqueiro e finais já não tão felizes assim, em que o tempo fez-se dor e saudade.
Entre os dedos, um mundo de inesgotáveis possibilidades, fantasiadas entre devaneios e nostalgias.  Cada linha escrita um pouco da alma de quem a escreve, como se o ato de transcrever sonhos, magoas e silêncios o fragmentassem ao ponto de não ser completo longe de seus escritos.
 Um coração é o que há entre as linhas e as palavras, entre os sonhos e a realidade. Um coração, afirmo mais uma vez, que pulsa entre os dedos e faz-se pleno no instante em que extasiado sente que a folha o compreende em plenitude. E embora ainda que silencioso, olhos baixos e palavras abreviadas de silêncio, o coração grita, absorve e transborda, por isso e por tudo que os lábios não dizem, escrever tornou-se a forma eterna de estagiar as dores da alma e os mares que habitam os corações dos pobres seres feitos de folhas, palavras e amores.
 Entre os dedos. Entre os olhos. Entre lábios e folhas a eternidade. E que escrever seja sempre a forma mais linda, ainda que triste, de extasiar corações feitos de saudades não gritadas e silêncios dolorosamente ouvidos. Escrevamos, ainda que cada folha seja uma leve perdição de nós mesmo. Ainda que a lucidez nos torne loucos e que as linhas, eternos.


Escrevamos!

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