Sobre tudo aquilo que você não sabe
Tenho dormido tarde e acordado cedo, mas
isso, você não sabe.
Vez ou outra, ao pôr os pés para fora da
cama, sinto como se o mundo não me pertencesse, ou se eu, fosse parte de um
encaixe que, quebrou. Mas isso, você não sabe.
Há dias que o sol está lindo. As
roseiras florescem e eu acredito que tudo isso não passará de uma fase, um
tanto ruim, um tanto longa, mas que haverá um final. Mas isso, você não sabe.
Já deitei na cama, fechei as portas,
apertei com força os olhos e chorei até não poder mais. Já quis sumir para não
sentir a dor explodir no meu peito. Já pensei em desistir. Mas espera, isso
você não sabe.
Já tomei remédios para esquecer a dor.
Já quis sentir a dor. Prometi a mim mesma não ouvir certas músicas e quando vi,
estava cantando-as. Já tomei pequenos porres. Pensei em te ligar, em te xingar,
em dizer que a culpa disso tudo é sua e que o meu fundo do poço tem nome,
endereço e máscara. Mas olha, isso você não sabe.
Você não sabe o que é sentir demais e
não poder gritar. Não sabe o que é não sentir e sofrer com o vazio de uma
doença. Você não sabe o que é lutar diariamente por um motivo maior para
sobreviver neste mundo aonde não lhe cabe mais. Não. Você não sabe. Não sabe o
que é escrever para aliviar o que, infelizmente, não cessa. Não sabe o que é
cair, ralar os joelhos, e ainda sim, levantar. Ainda sim, tentar. Ainda sim,
lutar.
Acredite, você não sabe!
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