Sobre o sentir e o ser...
Estou sozinha! Sei que é estranho afirmar tão cheia de convicção, mas o fato é que vejo, sinto, e observo a solidão aproximar-se segura, convicta de que ao meu lado encontrará abrigo.
Talvez quem me leia
agora ria do meu dramatismo e venha a dizer que tenho ares de
escritora romântica-fatalista-estilo-Alvares de Azevedo-. Tenho?!
Talvez. Há uma boa possibilidade de ser melodrama, exagero ou algo parecido.
Que seja, então. Estou sozinha. Sinto-me sozinha. Vejo-me sozinha. Respiro solidão.
E não querido leitor
(a), não acho ruim essa solidão que sinto, nem tampouco penso em abandoná-la.
Acho que me acostumei, devo ter simplesmente me adaptado ao sentimento interno
de estar sozinha no mundo em que sinto demasiado e extravaso com o nada, o
vento, o silêncio. Porque no fundo, bem lá no fundo, eu sei que ser
sozinha não dói como os outros descrevem. De início sim, mas depois há o
conformismo, a aceitação, a anestesia de ser você a única a se importar
verdadeiramente com os sentimentos sentidos por seu outro Eu –o caótico,
complexo, o obscuro-.
Sim, afirmo e
reafirmo que a solidão me chamou pra dançar. Somos velhas e boas amigas. Com
ela eu falo sobre o meu mar interno, minhas ondas, minha maré alta. Ela
compreende meu silêncio e aceita minhas tempestades. Ouve o que não falo. Ri do
que não digo. Ler o borrão que escrevo e acha fantástico minhas linhas tortas.
Ela sou eu, e nós somos a imagem perfeita de nossa própria reclusão.
Eu e a solidão.
A solidão e eu.
Eusolidão.
Comentários
Postar um comentário