Pergaminhos
Dói-me, como se a carne que compõe o meu ser estivesse
dilacerando-se em milhares de fragmentos ao chão. Uma dor aguda, pertinente, de
caráter prioritário entre os meus instintos. A dor, aquela fria e eterna
companheira de leito, conhece as profundidades dos meus medos, sabe o que sinto
interiormente, e que por receio não mostro. Ela, mais do que qualquer outro ser
no universo, tem convicção acerca do que me acontece, e sabe que hoje, enquanto
trêmula escrevo essas turvas linhas, estou imersa em um passado que me dói ser
lembrado. A dor - agonia dos meus dias, das minhas madrugadas sombrias-, ela sente
minh’alma no calor do frio toque do desconhecido. Sabes o que penso enquanto
solitária sigo pelo mundo que nada me diz o mundo de silêncio, de nevoa. O
mundo interior ao qual almejo aprisionar-me. Dor que me conhece, que me permite
à escrita, que sabe dos meus caóticos planos futuros.
Oh, dor que me
acompanha estrada a fora, que se faça permanente a sua moradia ao meu lado, pois
não posso sofrer novamente a partida do que resta-me de um passado plenamente
feliz.
Me identifico nas suas palavras, sem duvida que você escreve com a alma.
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