Carta 01 - Sobre você (sobre o nosso nós)


Está é a primeira carta que te escrevo, e olha que faz pouquinho tempo que te descobri aqui, tão junto de mim que tenho sentido que somos um só. 
Se eu te contasse sobre o mundo acredito que você ficaria assustado. A gente sofre muito pra ser bom e chora também (acredito que essa parte do choro você já deve ter percebido, afinal vez ou outra eu tô aqui derramando lágrimas e mais lágrimas), e lutamos, feijãozinho. Diariamente. Até mesmo quando estamos cansados para isso.
Mas não é exatamente sobre o mundo que quero te escrever. Quero te falar sobre você - minha pequena e forte possibilidade de alegria e medo -, e de como foi saber que você existia e fez de mim o seu lar, ainda que temporário. 
O primeiro teste foi feito ao acaso, sem nenhuma certeza, expectativa, imaginando até que viria um negativo, mas você se anunciou presente em mim e eu tive tanto medo naquele momento. Por você e por mim. Por toda a situação que me abraçava naquele instante. Te confesso que chorei, que não soube o que fazer e me permiti sentir muito, muito medo. 
Hoje, semanas depois do nosso primeiro teste e já tendo a certeza de que você cresce e se faz cada dia mais presente em meus dias (afinal quantos enjôos e vômitos, né), sinto que cresce em mim o desejo de te cuidar, proteger e te ensinar que embora o mundo não seja fácil eu estarei aqui segurando sua mãozinha que segundo minhas pesquisas já possuem pequenos dedinhos, para te amparar de qualquer mazela do mundo. 
Agora entendo, Feijãozinho, o porquê de Deus nunca permitir que eu desistisse de mim. Ele me preparou todo esse tempo para você e agora tendo um motivo maior para a vida eu entendo que ser mãe é agradecer até mesmo pelos enjôos diários. 
Feliz nove semanas, filhx. 

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