Infinitos rompimentos

Mas o que machuca diariamente é essa vontade absurda de esvaziar os momentos e lembranças como se tudo pudesse ser apagado da memória e do coração. Ter a incessante necessidade de ouvir aquele som por vezes lembrado e se deparar com o nada, o silêncio do esquecimento, da não presença. 
O que dói é está aqui, escrevendo minhas dores como alguém que ama, amou e quem sabe amará com a certeza de que se machucará a cada nova tentativa. Pois a vida é uma inconstante mudança. Mudam-se as pessoas, as vontades, os sentimentos. Mudam-se os sorrisos, os amores recíprocos, e os sonhos. O que continua vivo está aqui, expandindo-se dentro do meu peito como o sangue que corre em minhas veias, silencioso como as lágrimas que brotam em meus olhos, mas que ninguém além de mim presencia. E assim vem surgindo os dias, as semanas e quem sabe os meses.Vivendo com a certeza de que o amor nada mais é que uma febre momentânea. Dolorosamente MOMENTÂNEA. Que ilude com uma falsa felicidade, mas machuca com a dura realidade da solidão.
O amor nada mais é que um esvaziar de lágrimas, uma entrega, um sonho que consome a lucidez. 

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