Novembro frio
É noite. Uma bela, porém triste noite de novembro. Ao longe
posso ouvir uma música soando junto com o vento. Ao meu redor tudo é silêncio.
Não há pessoas. Não há ninguém. Nenhum ser humano ao meu lado, vendo-me neste
instante escrever palavras ainda desconexas, pois não sei o que escrever, sei
apenas que senti uma profunda necessidade de arrancar nem que seja apenas um
pouco os sentimentos antes guardados. Talvez tenha sido a música, esta tal
melodia despertou em mim uma imensa e absurda vontade de escrever, mesmo que inutilmente.
Está frio. Porém minha alma está mais. Frio e mesmo
assim eu busco sorrir. Frio e, no entanto eu tento me camuflar, pois ninguém,
nem mesmo as pessoas mais próximas, tem o direito de saber o quão fundo está o
buraco do meu coração. O quão difícil está sendo os meus dias e toda essa falsa
aceitação. Falsos sorrisos e falsas palavras de que tudo está bem, quando na
verdade não está.
A música continua sua melodia doce. Sinto vontade de
escrever muito mais, de me expor e expor tudo o que o silêncio não permite.
Talvez eu tenha escrito muito, talvez nada disso valha à pena e amanhã tudo
esteja como está hoje, como estará na semana seguinte, no mês, nos infinitos
dias que se sucederão. Eu não sei! Tudo é duvida e incerteza, e isso
me assusta, por não ser algo que eu compreenda. Eu necessito de compreensões.
Eu me necessito.
É noite agora, mas é uma fria noite de dezembro. E eu me sinto assim, igualzinha como você escreveu/descreveu em seu texto. E eu sinceramente não sei se é bom ou ruim.
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